
‘Não basta matar mulheres: elas precisam ser humilhadas’: a violência contra as mulheres está aumentando Os recentes incidentes de feminicídio e tentativas de assassinato brutalmente sofisticadas revelaram uma realidade alarmante: a violência contra as mulheres no Brasil não apenas continua, mas também se intensifica. Em 2024, o país registrou 1.492 feminicídios, uma média de quatro mulheres mortas todos os dias só por serem mulheres. Os principais atacantes? Companheiros e ex-parceiros. Juliana Brandão, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, disse: “Não basta matar a mulher: ela precisa ser humilhada, ela precisa ser subjugada. Ela precisa ser colocada em uma situação de total violação de seus direitos”. Acontecimentos que chocaram o país No final de novembro, Thainara Santos, 23 anos, foi arrastada por mais de um quilômetro pelo ex-namorado em São Paulo. Ambas as pernas foram amputadas e ele permanece hospitalizado em estado crítico. O agressor, Douglas Alves da Silva, 26 anos, foi preso por tentativa de feminicídio. Há algumas semanas, em Belém, uma jovem foi arrastada 200 metros pelo carro do namorado após uma discussão. O médico Felipe Almeida Nunes, 30, também é indiciado por tentativa de homicídio. Esses episódios se somam a uma lista crescente: só na cidade de São Paulo, 53 mulheres foram assassinadas entre janeiro e outubro. Por que a violência aumenta? Apesar dos avanços legais — como a Lei Maria da Penha (2006), a tipificação do feminicídio (2015) e a criminalização da violência psicológica (2021) — especialistas apontam falhas estruturais. “Esse conjunto de medidas, embora tenha ganhado um pouco mais de velocidade, mas não são suficientes, porque acho que ainda estamos trabalhando muito com o viés da repressão. Juliana Brando, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mobilização e Políticas Emergenciais O presidente Lula também falou, oferecendo-se para mobilizar os homens: “Não é coisa de mulher, é coisa de homem. Temos que nos educar para tratar as mulheres com respeito”. A ministra do STF, Cármen Lúcia, defendeu a criação de uma rede nacional para acolher as vítimas e investir na educação para mudar essa cultura de violência. “Uma cultura brasileira de violência, principalmente de violência contra a mulher, que finalmente explode na situação que vivemos agora, que é a brutalidade”. O número de feminicídios em 2025 baterá recorde. Reprodução/TV Globo/Fantástico Assista à reportagem completa no vídeo abaixo: Tainara, Denis, Adriana: Por que tantos homens matam e ferem mulheres no Brasil? Ouça podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTIC O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais apps de podcast, o Fantástico traz ótimas reportagens, investigações e histórias interessantes para podcasts com a chancela jornalística: profundidade, contexto e fatos. Acompanhe, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu reprodutor de podcast preferido. Há um novo episódio todos os domingos.


















