
Venezuela mobiliza militares contra possível ataque dos EUA O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira (23) que “a Venezuela quer paz” e disse em inglês que não haveria uma “guerra louca” na região diante da ação militar dos EUA. ✅ Acompanhe o canal de notícias internacionais g1 no WhatsApp Em agosto, Washington enviou destróieres, um submarino e barcos com forças especiais para águas internacionais no Caribe. No dia 2 de setembro, a flotilha realizou o primeiro de nove ataques contra navios e submarinos na região sul-americana – dois deles no Oceano Pacífico, nos quais mataram pelo menos 37 supostos traficantes de drogas. Maduro classificou estas operações como ameaças e assédio por parte de Washington e afirma que visam mudar o regime petrolífero venezuelano. “Não à guerra”, disse Maduro durante um comício com sindicatos afiliados ao chavismo, enviando uma mensagem aos trabalhadores nos Estados Unidos. “’Sim paz, sim paz, para sempre, para sempre paz. Sem guerra louca!’ Não lute loucamente! ‘Não há guerra maluca!'” O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante um evento em 12 de outubro de 2025. Frederico Parra/AFP Trump considera ação no terreno nesta quinta-feira, Trump disse que deve tomar uma ação militar no terreno contra os cartéis. Ele não mencionou a Venezuela diretamente. Segundo o presidente, o assunto deverá ser discutido com o Congresso. O anúncio ocorreu um dia depois de um navio ter sido bombardeado no Oceano Pacífico, o nono ataque desse tipo na América do Sul. Segundo o Departamento de Guerra, o barco transportava drogas. Três pessoas morreram. Em declarações aos jornalistas, Trump disse que não precisaria de pedir ao Congresso que declarasse guerra aos cartéis e reiterou que a operação iria continuar. Bombardeio de navios No início desta semana, Trump respondeu que sim quando questionado se os Estados Unidos tinham capacidade para bombardear navios em águas internacionais. O presidente justificou a medida dizendo que 300 mil pessoas morrem todos os anos nos Estados Unidos devido a problemas relacionados com as drogas. A presença militar americana no Caribe inclui destróieres de mísseis teleguiados, caças F-35, um submarino nuclear e cerca de 6.500 soldados. Nas últimas semanas, os ataques americanos foram criticados por analistas. Na terça-feira (21), um grupo independente de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) disse que os atentados violavam o direito internacional e constituíam execuções extrajudiciais. O grupo, nomeado pelo Conselho de Direitos Humanos, disse que os ataques violaram a soberania do país sul-americano e as “obrigações internacionais fundamentais” dos Estados Unidos de não interferir nos assuntos internos ou ameaçar usar a força armada contra outro país. Apesar da justificação de Trump para combater o tráfico de droga, os especialistas salientam que “mesmo que tais alegações sejam comprovadas, o uso de força letal em águas internacionais sem base legal suficiente viola o direito internacional do mar e equivale a uma execução extrajudicial”.

















