Os períodos de descanso simultâneos para colaboradores de todas as empresas têm regras específicas no artigo 139 da CLT. As férias combinadas podem ser divididas em dois períodos anuais Raffaella Gem/Arquivo Pessoal Imagine os seguintes cenários: Um trabalhador planeja viajar nas férias de 30 dias no meio do ano, aproveitando a temporada tranquila e barata. Porém, recebeu a notícia de que sua empresa aderiria ao afastamento coletivo. Além disso, há colaboradores que ingressaram recentemente na empresa e ainda não podem solicitar afastamento individual. Neste caso, as empresas podem obrigar os seus colaboradores a gozar licenças coletivas? Se sim, como funciona o cálculo? Os dias podem ser deduzidos de férias ou vencimentos individuais? Para esclarecer essas e outras dúvidas, o g1 conversou com dois advogados trabalhistas. Abaixo, descubra: O que é licença conjunta? As empresas podem me forçar a removê-los? Já reservei feriados individuais e até comprei ingressos. E agora? O que acontecerá com o novo contratado? Como funciona? Quais são as regras? O que é licença conjunta? São períodos de descanso concedidos simultaneamente a todos os colaboradores ou associados de um determinado setor. Esse procedimento, que possui regras específicas que diferem do afastamento individual, está previsto no artigo 139 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A lei prevê que podem ser implementados até dois períodos por ano de férias colectivas, nenhum dos quais pode ser inferior a 10 dias, devendo a empresa comunicar com pelo menos 15 dias de antecedência o Ministério do Trabalho e a filiação sindical profissional. . 🤔 Mas em que tipo de situações eles são usados? Embora as licenças coletivas possam ser concedidas em qualquer época do ano, geralmente são utilizadas para reduzir custos operacionais e melhorar o planejamento das atividades em períodos de baixa demanda. A advogada Luisa Coelho Carvalho destaca que, para os trabalhadores, prevê períodos de descanso que coincidem com datas de festivais ou férias escolares, facilitando o planeamento antecipado de viagens e atividades familiares. As empresas podem me forçar a removê-los? Sim, caso a empresa conceda licença coletiva a toda a empresa ou ao seu setor, todos os colaboradores deverão participar. No entanto, a lei estabelece que os trabalhadores devem ser notificados 15 dias antes do início do afastamento. As comunicações deverão ser feitas por escrito e poderão ser feitas por meio de comunicados internos, e-mail ou avisos no quadro de comunicações da Empresa. Caso as regras não sejam seguidas, o afastamento pode ser considerado inválido e a empresa pode ser obrigada a pagar o dobro do prazo, explicou a advogada trabalhista Juliana Campão Pires Fernandez. Já reservei feriados individuais e até comprei ingressos. E agora? Quando a empresa decidir pela concessão de licença coletiva, os colaboradores que já tenham agendado licença individual em outras datas poderão ter seu afastamento alterado para coincidir com o afastamento coletivo. Mesmo que o colaborador tenha adquirido passagem ou feito reserva para determinada viagem, a empresa poderá determinar que o afastamento seja gozado durante o período de férias coletivas, que poderá se sobrepor aos acordos de licenças individuais. “Neste caso, é importante que o colaborador já comunique o compromisso à empresa para tentar negociar uma solução, mas a empresa não é obrigada a manter os feriados individuais previamente agendados”, afirma Luísa Carvalho. 💵 Os advogados ressaltam, porém, que caso o empregado sofra em decorrência da licença coletiva, o empregador poderá ter que reembolsar esses custos. O que acontecerá com o novo contratado? Os empregados com contratos inferiores a 12 meses também podem gozar de licença coletiva, recebendo licença proporcional. Para eles, um novo período de aquisição começa após as férias. Como funciona? O período de férias combinadas é descontado das férias normais do empregado. O pagamento das férias coletivas segue as mesmas regras das licenças individuais. O valor dos dias de férias deve ser acrescido de 1/3 constitucional e deve ser pago até dois dias antes do início das férias. ➡️ Porém, caso o trabalhador ainda não tenha completado 12 meses de trabalho, poderá gozar licença pro rata conforme Art. 140, da CLT. Quais são as regras? A lei permite a concessão de licença conjunta por dois períodos por ano. Portanto, não podem ser superiores a 30 dias nem inferiores a 10 dias. Além disso, os dias de descanso são calculados diretamente. Ou seja, se concedidas no final do ano, não poderão ser concedidas isenções de Natal e Ano Novo. 🚫 Durante a licença coletiva, da mesma forma que a licença pessoal, o contrato de trabalho será interrompido e o empregado não poderá rescindir o contrato sem apresentar qualquer motivo ao empregador. A lei determina ainda que as empresas devem comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego, com pelo menos 15 dias de antecedência, as datas de início e fim das férias coletivas, bem como os estabelecimentos ou setores abrangidos. Veja ‘CLT Premium’: Qual termo virou tendência e que pode revolucionar o mercado Short Friday: Sair cedo do trabalho na sexta-feira já é uma realidade em algumas empresas, conheça quem lucra com a venda de ilhas, minas e fazendas.