AMÃ – Os jordanianos votam na terça-feira para um parlamento de 138 assentos, com deputados tribais, centristas e pró-governo que devem permanecer dominantes em um sistema que sub-representa cidades onde seus oponentes islâmicos e liberais se saem melhor.

Aqui estão alguns fatos sobre a votação.

NOVA LEI ELEITORAL

O governo aprovou em 2022 uma nova lei eleitoral que chamou de um marco em um processo de democratização gradual, abrindo caminho para que os partidos políticos desempenhem um papel maior.

Ele mantém um sistema de votação que favorece regiões tribais e provinciais pouco povoadas em detrimento das cidades densamente povoadas, habitadas principalmente por jordanianos de ascendência palestina, que são redutos islâmicos e altamente politizados.

A nova lei aloca diretamente pela primeira vez 41 assentos para mais de 30 partidos licenciados e, em sua maioria, pró-governo. Também aumentou a cota para representação feminina de 15 para 18 assentos e reduziu a idade para deputados eleitos de 30 para 25.

As novas alocações diretas devem diluir o impacto tradicionalmente forte do tribalismo, que tem prejudicado o surgimento de partidos nacionais e restringido a influência dos islâmicos.

Autoridades dizem que a decisão do poderoso rei Abdullah de prosseguir com as eleições foi uma mensagem de que a política continua normalmente, apesar da guerra de Gaza, que lançou uma sombra sobre as perspectivas econômicas e políticas da Jordânia.

Muitos dos cidadãos do país são palestinos, cujas famílias se estabeleceram após sucessivas guerras árabe-israelenses, entrelaçando o reino — que assinou um tratado de paz com o vizinho Israel em 1994 — com o conflito vizinho.

QUEM VAI VOTAR?

Dos 11 milhões de habitantes da Jordânia, 5,1 milhões são eleitores registrados com mais de 18 anos. Há 1.623 candidatos, incluindo 353 mulheres, competindo por assentos em 18 distritos.

Dez assentos são reservados para cristãos minoritários e circassianos. Mais de dois terços dos jordanianos vivem em cidades, mas recebem menos de um terço dos assentos da assembleia.

VIRE PARA FORA

As autoridades esperam uma participação maior do que na última eleição, que trouxe ganhos limitados para deputados independentes e islâmicos, mas deixou a assembleia principalmente nas mãos de membros tribais, centristas e pró-governo.

A participação, que foi de 29% na última eleição em 2020, é tradicionalmente maior em áreas rurais e tribais, onde chega a 80% em votações baseadas em lealdades familiares.

A votação, principalmente de palestinos urbanos, que constituem grande parte da população, foi particularmente baixa na última eleição, com média de 10% na capital Amã.

PARTIDOS DE OPOSIÇÃO

Espera-se que a guerra em Gaza ajude a sorte eleitoral da Frente de Ação Islâmica (IAF), o braço político da Irmandade Muçulmana, o maior partido da oposição.

O partido, que apresentou 38 candidatos com o slogan “Com o islamismo protegemos a nação”, diz que está disputando eleições diante das fortes restrições estatais para garantir uma oposição vocal ao governo pró-Ocidente.

PROBLEMAS

A IAF é o único grupo cujos seguidores se manifestam publicamente em apoio ao movimento militante palestino Hamas, seus aliados ideológicos.

A maioria dos outros candidatos com agendas políticas limitadas concentrou suas campanhas em condições econômicas, como desemprego, serviços públicos e inflação.

PODERES PARLAMENTARES

Sob a constituição, a maioria dos poderes fica com o rei, que nomeia governos e pode dissolver o parlamento. A assembleia pode forçar um gabinete a renunciar por um voto de desconfiança.

Governos sucessivos tiveram pouca oposição do parlamento porque este estava lotado de legalistas.

A Jordânia é classificada como não livre pela avaliação das liberdades civis e direitos políticos do think-tank Freedom Houses, sediado nos EUA. REUTERS

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