CIDADE DO VATICANO (Reuters) – Um novo bispo católico assistente para Pequim foi ordenado nesta sexta-feira, três dias depois de o Vaticano e autoridades chinesas estenderem um acordo sobre nomeações na China, informou o Vaticano.
O Bispo Matthew Zhen Xuebin, de 54 anos, foi nomeado para o cargo pelo Papa Francisco, que aprovou a sua nomeação no âmbito de um acordo diplomático originalmente alcançado em 2018 que dá às autoridades chinesas alguma contribuição nas nomeações papais.
Alguns católicos conservadores dizem que o acordo dá demasiada influência aos comunistas no poder na China, que têm mantido um reinado rígido sobre a prática religiosa desde que tomaram o poder em 1949.
Mas o Vaticano sublinha que Francisco mantém o poder de decisão final e diz que o acordo resolve uma divisão de décadas entre uma igreja clandestina que jura lealdade ao Vaticano e a Associação Patriótica Católica, supervisionada pelo Estado.
Pequim e o Vaticano anunciaram na terça-feira que o acordo, anteriormente renovado em incrementos de dois anos, foi renovado novamente por um período mais longo de quatro anos.
Zhen ajudará o Bispo Joseph Li Shan, 59 anos, na administração da Igreja local. Zhen foi nomeado com direito de sucessão, disse o Vaticano, o que significa que ele substituirá automaticamente Li em caso de morte ou renúncia do bispo.
O porta-voz do Vaticano não respondeu imediatamente a uma pergunta sobre o motivo pelo qual Zhen foi nomeado com direito de sucessão, um processo que o Vaticano normalmente utiliza quando se espera que um bispo idoso se aposente em breve.
A ordenação de Zhen ocorreu na manhã de sexta-feira na Igreja do Salvador de Pequim, informou a agência de notícias do Vaticano Fides. Entre os participantes estavam Li, outros quatro bispos chineses e cerca de 650 outros, disse a agência.
Pequim, a cidade mais populosa do mundo, com cerca de 22 milhões de habitantes, tem cerca de 100 mil católicos, segundo estatísticas do Vaticano. Em torno da China, existem cerca de 5 milhões de católicos numa população total de 1,4 mil milhões, estima o Vaticano. REUTERS