VIENA – As três principais potências da Europa e os Estados Unidos apresentaram um projecto de resolução à reunião desta semana do conselho de 35 membros do órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas, exigindo respostas e acesso do Irão às suas instalações nucleares bombardeadas e ao seu arsenal de urânio enriquecido.

O projeto de resolução, apresentado na terça-feira e visto pela Reuters, provavelmente será aprovado já na quarta-feira, disseram autoridades diplomáticas, e segue o relatório contundente da Agência Internacional de Energia Atômica sobre o Irã enviado aos estados membros na semana passada.

O jornal disse que o governo do Irão ainda não permitiu que inspectores entrassem nas instalações nucleares bombardeadas por Israel e pelos Estados Unidos em Junho, e que a destruição do seu arsenal de urânio estava “muito atrasada”.

O Irão ainda não comunicou à AIEA o estado destas instalações ou dos seus arsenais, que contêm materiais enriquecidos até 60% de pureza, perto de cerca de 90% de qualidade para armas.

“O Irã deve… fornecer à Agência (Internacional de Energia Atômica) sem demora informações precisas sobre a contabilidade de materiais nucleares do Irã e as instalações nucleares protegidas, e conceder à agência todo o acesso necessário para verificar essas informações”, diz o projeto de declaração.

Irão alerta para retaliação

O projecto de resolução não chega a concluir que o Irão violou as suas obrigações, tal como a resolução de Junho, pouco antes do ataque israelita, mas o Irão adverte que qualquer resolução em contrário resultará em retaliação.

“Se esta resolução for adotada, terá inevitavelmente um impacto negativo no caminho positivo da cooperação entre o Irão e a AIEA”, disse a delegação iraniana da AIEA ao X News na sexta-feira, chamando a promoção da resolução de um “grave erro”.

Diplomatas ocidentais argumentaram que o projecto de resolução era principalmente técnico e deram novas instruções à AIEA para apresentar relatórios sobre as actividades nucleares do Irão depois de uma obrigação de 10 anos ter expirado em 2015, quando o Irão assinou um acordo nuclear com potências mundiais.

No entanto, o conteúdo incluía não só linguagem admoestando a cooperação insuficiente do Irão e apelando a uma solução diplomática (com uma referência explícita à possibilidade de conversações com os Estados Unidos), mas também um pedido ao Irão para implementar o chamado Protocolo Adicional, que expande a autoridade da AIEA.

A implementação do Protocolo Adicional, que o Irão assinou em 2003 mas não ratificou, foi a pedra angular do acordo de 2015 que levantou as sanções ao Irão em troca de limites estritos às suas actividades nucleares.

O Protocolo Adicional confere à AIEA uma supervisão mais ampla e intrusiva das actividades nucleares de um país, incluindo o poder de realizar inspecções instantâneas em locais não declarados.

O acordo nuclear de 2015 ruiu em 2018, quando o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo. O Irão retaliou eliminando as restrições, incluindo o Protocolo Adicional. Reuters

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