O presidente da Rússia, Vladimir Putin, comentou nesta quinta-feira (23) as sanções impostas pelos Estados Unidos ao seu país e as classificou como um “ato hostil”. ‘Caminho da guerra’ Governo russo diz que EUA são inimigos e ‘entrou no caminho da guerra’ O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, aliado de Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (23) que os EUA são inimigos da Rússia e que o governo de Donald Trump “entrou de uma vez por todas no caminho da guerra” contra o país. “A cimeira de Trump em Budapeste foi cancelada. Novas sanções contra o nosso país por parte dos EUA. O que mais? Além dos infames ‘machadinhas’ (mísseis), haverá novas armas? (…) Os EUA são nossos inimigos, e o seu barulhento ‘pacificador’ (Trump) entrou agora e decidiu ir à guerra contra a Rússia… (uma vez em pé de guerra). Simpatia pela Rússia e agora completamente insana pela Europa”, disse Medvedev. ✅ Acompanhe o canal de notícias internacional g1 no WhatsApp A nova ameaça de Medvedev, que também é vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, segundo o governo americano “segue-se às sanções econômicas do Tesouro americano contra duas das maiores empresas petrolíferas da Rússia, Lukoil e Rosneft, devido à recusa do presidente Putin em encerrar esta guerra sem sentido”. (Leia mais abaixo) As sanções econômicas foram adotadas após o cancelamento de um novo encontro entre Trump e Putin para discutir o fim da guerra na Ucrânia, que completará quatro anos em fevereiro, e pode indicar uma certa frustração por parte do presidente dos EUA sobre a dificuldade de negociar com o líder russo. Também na quarta-feira, a Rússia realizou um grande exercício militar utilizando armas nucleares. Segundo o governo russo, mísseis balísticos capazes de transportar ogivas nucleares foram lançados a partir de bases terrestres, submarinos e aeronaves. Alguns dos mísseis utilizados poderão atingir os EUA. Dmitry Medvedev dá uma conferência de imprensa durante uma visita oficial a Le Havre, oeste da França, em 24 de junho de 2019. Loïc Venance/AFP Em julho, Medvedev disse que depois de “cada novo ultimato de Trump ser mais um passo em direção à guerra contra os Estados Unidos”, o republicano deu à Rússia um prazo de “10 a 12 dias” para reconhecer a ameaça de conflito. O imposto é de 100% em todo o país. Em última análise, a trégua não foi aceite e foram impostas tarifas. Dias depois, Medvedev também ameaçou os Estados Unidos com o “Dead Hand”, um sistema automático de disparo de mísseis nucleares desenvolvido na era soviética e considerado uma “arma apocalíptica”. Sanções econômicas Trump impõe sanções à Rússia por compras de petróleo pela OTAN As sanções econômicas impostas pelo governo dos EUA à Rússia atingiram nesta quarta-feira (22) as petrolíferas russas Lukoil e Rosneft — as maiores do país. Segundo nota publicada pelo Tesouro dos EUA, as medidas incluem o congelamento de ativos e a proibição de transações de empresas e suas subsidiárias. Foi a primeira rodada de sanções contra a Rússia durante o segundo mandato de Donald Trump devido à guerra contra a Ucrânia. O texto afirma que “todos os bens e interesses em propriedades” relacionados com as duas entidades e que estejam localizados nos Estados Unidos ou detidos ou controlados por pessoas em territórios norte-americanos “estão congelados e devem ser reportados ao OFAC (US Office of Foreign Assets Control)”. “Diante da recusa do Presidente Putin em pôr fim a esta guerra sem sentido, o Tesouro está a aprovar as duas maiores empresas petrolíferas da Rússia, que financiam a máquina de guerra do Kremlin”, disse o secretário do Tesouro, Scott Besant. “Encorajamos os nossos aliados a juntarem-se a nós no cumprimento destas sanções.” As sanções marcam uma mudança significativa na política de Trump, que até então não impôs sanções à Rússia por causa da guerra, optando, em vez disso, por confiar em medidas comerciais. No início deste ano, ele impôs uma tarifa adicional de 25% sobre produtos provenientes da Índia, em retaliação pela compra de petróleo russo com desconto. A União Europeia (UE) aprovou na quarta-feira um 19.º pacote de sanções contra Moscovo, incluindo a proibição das importações de gás natural liquefeito russo. Na semana passada, o Reino Unido já aprovou as petrolíferas Lukoil e Rosneft. Foto frustrada da reunião Trump-Putin de 15 de agosto de 2025 – Putin e Trump querem encerrar rapidamente a guerra na Ucrânia durante uma cúpula no Alasca, mas enfrentam vários problemas devido ao conflito e à complexidade das negociações. Após meses de diplomacia estagnada, ele conversou com o presidente Putin na semana passada e anunciou planos para uma reunião na próxima semana em Budapeste, Hungria. No entanto, após um telefonema entre os chefes diplomáticos dos dois países na segunda-feira (20), a Casa Branca disse que Trump não tinha planos de se encontrar com Putin “no futuro imediato”. O presidente americano disse que não queria uma “reunião estragada”, algo que o Kremlin diz que Putin também quer evitar. As autoridades russas, no entanto, disseram que os preparativos para a reunião continuam. “A data ainda não foi definida, mas requer uma preparação minuciosa e leva tempo”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Uma autoridade dos EUA disse que a reunião não foi cancelada, mas Washington está agora concentrado na próxima viagem de Trump à Ásia. O impasse ocorre depois que a Rússia reiterou seus termos aos Estados Unidos para um possível acordo de paz, incluindo uma exigência de que a Ucrânia renuncie ao controle total da região de Donbass, disseram três fontes à Reuters. A posição contrasta com a proposta de Trump, feita na semana passada, de que as negociações deveriam basear-se na atual linha de frente. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse à agência de notícias estatal RIA que não poderia confirmar se Moscou havia comunicado sua posição, conforme relatado pela Reuters.

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