Reposição de testosterona em homens: entenda o risco de abuso Adobe Stock O desequilíbrio hormonal comum à menopausa é muito discutido, mas pouco se fala sobre o declínio gradual da testosterona em homens após os 40 anos. Embora os homens continuem a produzir espermatozoides até os 90 anos, eles perdem em média cerca de 1,2% de testosterona a cada ano após os 40 anos. Esse declínio é denominado ADEM (Transtorno Androgênico do Envelhecimento Masculino), que leva a sintomas como cansaço, fadiga, disfunção erétil, irritabilidade e sudorese. A Sociedade Brasileira de Urologia não utiliza o termo andropausa porque esse desconforto é muito mais gradual do que o que ocorre nas mulheres na menopausa. O g1 conversou com urologistas para entender como combater esses sintomas, quando e como pode ser usada a reposição de testosterona. Fernando Facio, coordenador do setor de Andrologia, Reprodução e Sexualidade da Sociedade Brasileira de Urologia, destacou que os homens ainda procuram o médico com muito menos frequência do que as mulheres e, quando o fazem, muitas vezes as consultas são feitas pelas mulheres da família. Além disso, quando vão ao aconselhamento sozinhos, muitas vezes não abordam a questão das queixas de actividade sexual. Por isso, muitos não sabem quais são os sintomas da ADEM, que também pode ser confundida com depressão. Reposição de testosterona: risco de abuso Somente a partir de 2005 o Brasil começou a perceber que os homens com deficiência de testosterona melhoravam quando tratados, dentro dos critérios que a urologia considerava corretos, segundo Facio. Mas os urologistas prescrevem testosterona apenas se o paciente tiver queixas de função sexual, como diminuição da libido e dificuldade de ereção, e os níveis de testosterona estiverem fora da normalidade. Esses pacientes que apresentam quantidades mínimas de testosterona e não apresentam sintomas de ADEM são chamados de hipogonadais. Mas em homens com deficiência de testosterona, entre 45 e 50 anos, que ainda desejam ter filhos, é recomendado o uso de um medicamento chamado citrato de clomifeno, que estimula os testículos a produzir testosterona a partir da gordura queimada. Dessa forma, a paciente melhora os níveis de testosterona sem alterar as chances de fertilidade. O testículo é uma glândula que para de funcionar quando sente que testosterona estranha (que não é produzida pelo corpo) está entrando nele. “As pessoas acham que a testosterona resolve tudo, mas só determinamos se os níveis estiverem baixos – fora da normalidade. A atividade física e a alimentação adequada podem retardar os sintomas da ADEM, mas é inevitável”, destaca Facio. A reposição de testosterona também deve ser evitada em pacientes com aumento de glóbulos vermelhos. Riscos do abuso de testosterona As contra-indicações para o uso desnecessário e abuso de testosterona são: Hipertrofia dos músculos cardíacos Alterações hepáticas Acne Perda de cabelo Infertilidade entre 40 e 55 anos Em pacientes com câncer de próstata ou de mama Em pacientes com doença “A testosterona não pode causar câncer.” É a testosterona”, explica Facio. Como é feita a reposição da testosterona A reposição da testosterona pode ser feita através: do uso do gel de testosterona, onde o paciente aplica o gel diariamente ou na forma injetável: as injeções disponíveis no Brasil costumam ser administradas a cada 15 dias, em média a cada 15 dias, ou por via intramuscular, em média a cada três meses. Após os 40 anos, cerca de 20% dos homens terão diminuição da testosterona, mostram estudos. aos 40 anos, cerca de 20% dos homens experimentarão uma diminuição na testosterona. Mas estudos clássicos mostram que a redução da testosterona com sintomas de hipogonadismo está presente em 6 a 12% dos homens entre 40 e 69 anos. Um grande estudo europeu mostra que cerca de 2% dos homens apresentam sintomas de hipogonadismo – baixa testosterona e ADEM entre as idades de 40 e 79 anos. Este mesmo estudo descobriu que aos 40 anos de idade, cerca de 23% dos homens com ADEM têm baixa níveis hormonais sem sintomas ‘Homens fazem tratamento e mulheres previnem’, diz médico Segundo dados de 2023 do IBGE, a expectativa de vida ao nascer das mulheres no Brasil é de 79,7 anos. Entre os homens, essa taxa é de 73,1 anos. “Descobrimos que as mulheres vivem mais. Os machos morrem cinco a seis anos antes das fêmeas. E quais poderão ser os factores que protegem estas mulheres e não os homens? Os homens receberão apenas tratamento e as mulheres receberão prevenção. E uma coisa que faz a mulher viver mais é melhorar os níveis hormonais”, explica o médico. “Muitos homens apresentam sintomas de baixa testosterona, mas com o tempo se adaptam a esses sintomas e acabam não procurando ajuda”, completa Tiago Mierzwa, membro do Departamento de Andrologia, Reprodução e Sexualidade da Sociedade Brasileira de Urologia.

Source link