As alterações climáticas afectam comunidades indígenas no Brasil, no Peru e na Colômbia, que dependem dos cursos de água para obter alimentos e medicamentos. Indígenas Yagua transportam água devido aos baixos níveis do rio Amazonas na Isla de los Maicos, departamento colombiano do Amazonas, 4 de outubro de 2024 Luis Acosta/AFP A seca extrema na Amazônia afetou mais de 420 mil crianças, principalmente comunidades indígenas no Brasil e Peru e a Colômbia, que não tem acesso a alimentos, remédios e depende de hidrovias para chegar à escola, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) nesta quinta-feira (7). ✅ Clique aqui para acompanhar o canal internacional de notícias do g1 no WhatsApp “Estamos testemunhando a destruição de um ecossistema essencial do qual as famílias dependem, deixando muitas crianças sem acesso adequado a alimentos, água, cuidados médicos e escolaridade”, disse a Diretora Executiva do UNICEF, Catherine Russell ., por meio de notas. Uma seca extrema – ligada, segundo os especialistas, às alterações climáticas – afectou a maior floresta tropical do mundo, abrangendo nove países, mais notavelmente o Brasil com quase 60% do seu território, seguido pelo Peru, Bolívia e Colômbia. . Como resultado, importantes afluentes do Amazonas, um dos rios mais longos e caudalosos do mundo, praticamente secaram, com efeitos devastadores para as comunidades indígenas em áreas particularmente remotas. “Os rios são como estradas nesta região, as pessoas simplesmente viajam através destes pequenos afluentes”, disse Antonio Maro, gestor de emergências da UNICEF para a América Latina, à AFP. Leia mais: 2024 será primeiro ano de aquecimento ultrapassa limite histórico de 1,5ºC Inpay: Taxa de desmatamento de 30% na Amazônia e 25% no Cerrado Trump eleito: Mundo não vai ‘trabalhar duro’ no clima e ‘todo mundo tem que tentar’, Marina Silva Devido à forte seca, “não podem deslocar-se, não podem ir aos centros de saúde, às escolas”, e ao “bloqueio da economia local” sem água para a pesca e a agricultura, acrescentou. Além disso, foi registado um aumento nos casos de dengue, malária e desnutrição crónica entre crianças pequenas. Segundo Maro, os governos da região activaram planos de emergência, mas a vastidão da região e as centenas de comunidades remotas afectadas dificultam as operações. Imagem aérea Colômbia Santiago Ruiz/AFP UNICEF estima que serão necessários 10 milhões de dólares (R$ 57,6 milhões) em doações nos próximos meses. O tratamento da emergência, de acordo com a nota, foi divulgado antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) da próxima semana em Baku, Azerbaijão. Só na Amazônia brasileira, mais de 1.700 escolas e mais de 760 centros de saúde tiveram que fechar as portas ou ficaram inacessíveis. No Peru, mais de 50 postos de saúde foram afetados no departamento de Loreto, mais atingido pela seca, enquanto as aulas foram suspensas em 130 escolas na Amazônia colombiana. Segundo a UNICEF, o estado de emergência também tem consequências para a segurança dos menores nestas áreas isoladas da Colômbia. “Isto aumenta o risco de recrutamento, utilização e exploração de crianças por grupos armados não estatais que operam naquele país”, observou a UNICEF.

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