BOGOTÁ (Reuters) – Um tribunal colombiano anulou nesta terça-feira uma condenação por acusações de fraude e suborno em um caso de suposta manipulação de testemunhas que condenou o ex-presidente Álvaro Uribe, um poderoso político de direita, a 12 anos de prisão domiciliar no início deste ano.
Ainda se espera que o tribunal decida as circunstâncias da sentença do Sr. Uribe.
Uribe, que liderou o poder executivo da Colômbia de 2002 a 2010, foi condenado no início de agosto, tornando-se o primeiro ex-presidente na história da Colômbia a receber uma condenação criminal.
Atualmente não está claro se as pessoas classificadas como vítimas no caso irão recorrer da decisão, que enviará o caso ao Supremo Tribunal da Colômbia.
O caso contra Uribe centra-se nas acusações de que ele ordenou que seu advogado pagasse subornos a grupos paramilitares presos, a fim de desacreditar as alegações de que Uribe tinha ligações com a organização.
As milícias são financiadas por fazendeiros, proprietários de terras e comerciantes para protegê-las das guerrilhas de esquerda, e as comissões da verdade estimam que sejam responsáveis por quase metade das mais de 450 mil pessoas mortas entre 1985 e 2018.
Uribe denunciou as acusações como perseguição política, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que Uribe foi vítima do “uso de armas” por juízes colombianos, e o atual presidente Gustavo Petro apelou ao respeito pela independência judicial.
A decisão ocorre em meio a uma disputa entre Petro e o governo Trump, que ameaçou impor tarifas ao país sul-americano por seu suposto envolvimento no tráfico de drogas.
O presidente Trump aumentou as tarifas sobre o Brasil no início deste ano, depois que seu aliado político Jair Bolsonaro foi condenado por planejar um golpe. Reuters