COPENHAGA – Um em cada três médicos e enfermeiros na Europa sofre de depressão ou ansiedade, diz estudo 10 de outubro O anúncio foi feito pela filial europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Esta taxa é cinco vezes superior à da população em geral na Europa, afirma o relatório.

“A crise de saúde mental entre os profissionais de saúde é uma crise de segurança sanitária e ameaça a integridade dos sistemas de saúde”, disse o diretor europeu da OMS, Hans Kluge, num comunicado.

“Mais de uma em cada 10 pessoas consideraram tirar a própria vida ou automutilação. Este é um fardo inaceitável para aqueles que cuidam de nós”, disse ele.

Médicos e enfermeiros que sofreram violência, trabalham regularmente longas horas e trabalham em turnos (especialmente à noite) têm muito mais probabilidade de ficarem deprimidos, ansiosos e terem pensamentos suicidas, de acordo com o relatório.

Eles também mostram que a ideação suicida é duas vezes mais prevalente em comparação com a população em geral.

Enfermeiras e médicas têm maior probabilidade de sofrer de depressão e ansiedade, e os médicos do sexo masculino têm maior probabilidade de desenvolver dependência de álcool, afirma o relatório.

Os profissionais de saúde na Letónia e na Polónia relataram os níveis mais elevados de depressão, com quase metade dos entrevistados.

Os países com os níveis de notificação mais baixos foram a Dinamarca e a Islândia, com cerca de 15%.

O estudo, baseado em 90.000 respostas de profissionais de saúde em 27 países da União Europeia, bem como na Islândia e na Noruega, também concluiu que um terço dos médicos e enfermeiros sofreram bullying ou ameaças violentas no trabalho no ano passado.

10% sofreram violência física ou assédio sexual.

O relatório descobriu que um em cada quatro médicos trabalhava mais de 50 horas por semana.

Mais de 30% dos médicos e um quarto dos enfermeiros têm contratos de trabalho temporários, o que o relatório diz estar “fortemente associado ao aumento das preocupações com a segurança no emprego”.

Apelaram à tolerância zero relativamente à violência e ao assédio nos ambientes de saúde, a reformas para acabar com a cultura das horas extraordinárias e às longas horas de trabalho e à garantia do acesso aos serviços de saúde mental para os profissionais de saúde.

O relatório afirma que a medida é ainda mais urgente dada a escassez de profissionais de saúde em toda a Europa.

“A Europa enfrenta uma escassez de quase um milhão de profissionais de saúde até 2030 e não podemos permitir-nos perdê-los devido ao esgotamento, ao desespero ou à violência”, afirmou Kluge. AFP

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