GENEBRA (Reuters) – Os organizadores do Festival Eurovisão da Canção anunciaram nesta sexta-feira mudanças nas regras de votação para evitar a interferência do Estado, após a polêmica sobre a participação de Israel neste ano.

As novas regras da União Europeia de Radiodifusão impedirão que governos e terceiros “promovam músicas injustamente” para influenciar os eleitores ou enfrentem sanções.

Na competição deste ano, o israelense Yuval Rafael, sobrevivente do ataque de 7 de outubro de 2023 do grupo militante palestino Hamas, ficou em segundo lugar geral. No entanto, algumas pessoas nas redes sociais expressaram preocupações sobre a transparência do sistema de votação, um sentimento ecoado pelo vencedor austríaco JJ.

Os críticos argumentaram que a criação de um Estado favorecia injustamente a participação de Israel e que os indivíduos que votassem várias vezes no mesmo concorrente iam contra o espírito da competição, que decorre desde 1956.

Israel não comentou estas acusações, mas afirmou frequentemente que uma campanha global de difamação foi travada contra Israel desde o início da guerra em Gaza, após o ataque do Hamas. A missão do governo israelense em Genebra não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.

O diretor da Eurovisão, Martin Green, disse que a organização está tomando medidas para garantir que a competição continue sendo uma celebração de música e unidade. “Os concursos devem permanecer um fórum neutro e não devem ser instrumentalizados”, disse ele num comunicado.

Pelas novas regras, um júri especializado ampliado será reintroduzido na fase semifinal e terá cerca de 50% dos votos. A metade restante ainda será uma votação pública.

Israel diz que não vai parar de competir

Os espectadores podem dar até 10 votos em vez de 20. “Os fãs são ativamente incentivados a compartilhar seu apoio em várias entradas”, disse a EBU.

Os membros da UER estão programados para se reunirem em Dezembro para discutir a participação de Israel antes do 70º Congresso que terá lugar na Áustria em Maio próximo.

Cinco países – Países Baixos, Eslovénia, Islândia, Irlanda e Espanha – procuram a exclusão de Israel da lista devido ao número de civis palestinianos mortos nos ataques de Israel a Gaza.

Israel nega ter como alvo civis na Faixa de Gaza e diz que estão a ser injustamente demonizados no estrangeiro.

Mais de uma dúzia de membros do Parlamento Europeu apelaram à divulgação de dados de votação para o concurso Eurovisão deste ano, citando receios de manipulação, depois de várias emissoras nacionais terem levantado preocupações semelhantes, informou a Euronews.

A emissora irlandesa RTE confirmou na altura que tinha solicitado a repartição dos votos da Eurovisão.

Postagens e fotos de 15 de maio (dia em que Israel se classificou para as semifinais da Eurovisão deste ano) no Israel Reuters

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