Os efeitos das alterações climáticas estão a acumular-se, alertou uma organização internacional do sector. Onde o vinho entra A produção mundial de vinho poderá cair este ano para o nível mais baixo desde 1961, devido às condições climáticas adversas em várias partes do planeta. As projeções foram publicadas pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) na última sexta-feira (29). “Os desafios climáticos em ambos os hemisférios são, mais uma vez, a principal razão para este declínio nos volumes de produção global”, explicou a OIV, salientando que a maioria das regiões do mundo foram afetadas. Segundo estimativas baseadas em dados de 29 países que representaram 85% da produção do ano passado, a produção global de vinho em 2024 situa-se entre 227 e 235 milhões de hectolitros (mhl), representando o volume mais baixo desde 1961 (220 mhl). A confirmar-se, este valor significaria uma diminuição global de 2% face a 2023 (237 Mhl) e uma diminuição de 13% face à média dos últimos dez anos. Com a queda das vendas, a França destruirá 4% dos seus vinhedos. Quanto tempo durarão os preços do azeite? Para compreender a Itália retoma a sua liderança; Brasil produzirá menos com 41 MHL, a Itália recupera a posição de maior produtor mundial, desbancando a França, que apresentou a maior queda anual entre os países produtores, com queda de 23%, para 36,9 MHL. Espanha mantém o terceiro lugar com 33,6 MHL, o que representa uma ligeira melhoria em relação a 2023. Os Estados Unidos, quarto maior produtor mundial, registaram uma colheita média de 23,6 MHL, ligeiramente inferior à do ano anterior. No Hemisfério Sul, os volumes deverão ser os mais baixos em duas décadas devido às condições climáticas adversas. No Chile, maior produtor da América do Sul, espera-se uma queda de 15% em relação a 2023 e de 21% em relação à média dos últimos cinco anos. O declínio foi atribuído às colheitas tardias devido a uma primavera excepcionalmente fria e à seca em algumas regiões vinícolas. A produção do Brasil também pode diminuir, com estimativas de 2,7 milhões de hectolitros. Já a Argentina teve uma recuperação significativa, com 10,9 Mhl, um aumento de 23% em relação a 2023, embora o volume ainda esteja 4% abaixo da média de cinco anos. Estas áreas – que representam cerca de 20% da produção mundial – são utilizadas para compensar o saldo global dos problemas enfrentados pelo Hemisfério Norte, explicou à AFP John Barker, da Nova Zelândia, diretor da OIV. Porém, segundo ele, “a volatilidade geral aumentou nos últimos anos”. “Os efeitos das alterações climáticas estão a acumular-se. As preocupações com o clima e a sustentabilidade são importantes para o futuro”, destacou Barker, destacando também que, apesar da colheita reduzida, os vinhos deste ano são de “alta qualidade”. Redução de custos “Estamos claramente num momento difícil para muitos neste setor, um momento de mudança e incerteza”, notou o diretor da OIV, organização que reúne 51 países e se chama “ONU do vinho”. No entanto, “a mudança é uma constante” na indústria, sublinhou Barker, ao apresentar à imprensa 100 anos de crescimento do vinho e estatísticas empresariais. Há um excedente de vinho na Europa: com menos pessoas a comprar, o sector atravessa uma grave crise. “Mudar o comportamento do consumidor e compreender o lugar do vinho na sociedade” é outro desafio importante, alerta Barker. No primeiro semestre de 2024, o consumo global da bebida caiu novamente devido a mudanças nas preferências dos consumidores: De acordo com a Global, com sede em Londres, -3,9% em comparação com o ano anterior e -20,1% em comparação com o primeiro semestre de 2019. Empresa de análise do mercado de vinhos IWSR.

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