
Estudante acusa colega de assédio em Ribeiro Preto USP SP A aluna Priscilla Mota da Rocha Antonio, 21, que denunciou esta semana uma colega por racismo, afirma que o agressor se referiu a ela como “parte do grupo”. Os dois estavam na mesma turma no primeiro ano do curso de nutrição da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeiro Preto (SP) e se aproximaram no início do ano letivo. “Ele disse que eu não poderia sair do grupo de meninas, eram todas meninas brancas, eu não poderia sair do grupo porque eu era a cota do grupo”. ✅Clique aqui para acompanhar o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp da EPTV, afiliada da TV Globo, Priscila revelou que se sentiu sozinha nos primeiros dias de aula e justamente por isso entrou em contato com a colega de quem posteriormente alegou ter sido vítima de racismo. “Eu estava muito sozinho na faculdade e comecei a conviver com esse cara. Tive que ser muito delicado, pisar muito em ovos, porque nunca sabia qual seria a reação dele e como ele me trataria.” Leia também Ribeirão Prato Estudante de nutrição da USP critica colega por racismo Segundo a estudante, na primeira vez que foi alvo do colega, os dois conversavam com uma terceira pessoa sobre um curso que Priscila disse que queria fazer. “Era um curso tecnicamente mais fácil do que nutrição e então uma menina perguntou ‘Você passou em nutrição, mas não passou neste curso?’ E essa pessoa me interrompeu e disse: ‘Cara, isso é cota.’ E ele falou de uma forma que minimiza.” Priscila Motta da Rocha Antônio, estudante de nutrição da USP Ribeirão Preto, SP Jefferson Neves/EPTV Depois, segundo Priscilla, os episódios se tornaram mais frequentes e ela diz que começou a sentir que estava sendo cortada toda vez que tentava conversar com os colegas. “Fomos estudar na biblioteca, ele me bateu no braço com uma chave e doeu muito. Reclamei, tive que obrigar ele a pedir desculpas, ele se desculpou de uma forma super sarcástica. Teve um caso em que ele disse que eu ia me casar com um artista negro famoso, porque ele também era integrante da cota.” A USP marcou reunião com Priscilla para discutir o caso nesta quinta-feira (11). Mas antes disso, o estudante já havia entrado em contato com a Comissão de Direitos Humanos (CDH), que se ofereceu para mediar o conflito, e com a Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP). Na segunda-feira (8), a socióloga Jéssica Machado publicou o relato de Priscila nas redes sociais e, desde então, o caso vem recebendo repercussões. Segundo o estudante, o PRIP iniciou um processo administrativo para apurar as denúncias somente depois que a postagem viralizou. Em nota enviada à EPTV, a USP disse que, com base no relatório oficial, o caso foi encaminhado à Comissão de Direitos Humanos e à Comissão de Inclusão e Afins, órgãos responsáveis pela condução da investigação, que ainda está em andamento. “De acordo com a legislação vigente e as normas da Universidade de São Paulo, qualquer responsável estará sujeito às medidas administrativas e legais cabíveis.” Estudante diz que demorou para reconhecer os ataques Apesar de todos os ataques, a estudante admite que demorou para perceber que os episódios eram sobre racismo. “Pude perceber que eu era o único sendo tratado assim. Ele sempre me desprezava, eu sentia isso e isso me consumia com o tempo. Mas eu não tinha ideia do que ele estava fazendo. Foi uma analogia que não fiz na época, não entendi dessa forma.” Em um episódio, em especial, Priscila deixa de frequentar a universidade ainda no primeiro semestre. Ele nunca mais voltou para a aula depois disso. “Teve uma prova e eu pedi para fazer dupla com ele e ele disse ‘não vou te carregar, não vou te carregar’. Depois disso, nunca mais voltei para a faculdade. A estudante disse que pretende retomar os estudos no próximo ano, assim que o caso for resolvido. Veja mais notícias da região no vídeo do G1 Ribeirão Preto e Franca: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região


















