A Justiça determinou indenização de R$ 15 mil por danos morais. Cozinheiros e empresas que fabricam caixas eletrônicos podem se inscrever Sede do Tribunal Regional do Trabalho, Porto Alegre TRT4/Divulgação Uma empresa de automação foi condenada a indenizar uma cozinheira chamada “Negrinha” e foi excluída de uma reunião de patrões em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre. O funcionário deverá receber R$ 15 mil por danos morais (entenda o caso abaixo). 📲 Acesse o canal g1 RS no WhatsApp Tanto empresas quanto funcionários podem recorrer da decisão, que foi proferida em agosto pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) e publicada nesta quarta-feira (4). Ao G1, a defesa da empresa Perto SA Periféricos para Automação afirmou que “respeita a Justiça do Trabalho e, por isso, não comenta decisões em processos judiciais em andamento”. Na nota, os advogados disseram ainda que “a empresa rejeita todas as formas de racismo e não tolera qualquer comportamento discriminatório” (leia a íntegra do comunicado abaixo). O advogado Diego da Veiga Lima, que representou os cozinheiros no processo, disse que a decisão do TRT4 “é de fundamental importância, porque dá alento a essas pessoas, dizendo que não devem sofrer em silêncio durante anos”. “As mulheres negras, os homens negros, convivem todos os dias com a agressividade, com o preconceito estrutural, com a impossibilidade de ascensão profissional, com a sua mobilidade social por causa da sua cor”, afirmou. Entenda o caso O funcionário relatou à Justiça que prestou serviços à empresa durante três anos, entre 2017 e 2020. A mulher trabalhava na cozinha da empresa, em caixa eletrônico, máquina de pagamento e portão eletrônico. Segundo a cozinheira, ela sofria “abusos constantes” devido ao “comportamento duro e agressivo” do patrão. A mulher disse que foi discriminada racialmente e excluída das reuniões convocadas por um supervisor. Uma testemunha ouvida em juízo disse que a patroa gritou com a trabalhadora na frente dos colegas de trabalho, além de chamar a cozinheira de “lenta” e de “pretinha”. Na ação, o órgão afirmou que “as provas do caso não demonstraram qualquer incidência de discriminação, muito menos racial”. Nos argumentos apresentados durante o julgamento em primeira instância, a empresa sustentou que “tem centenas de trabalhadores negros, que nunca foram discriminados pela cor da pele”. Na decisão, a juíza Beatriz Renock disse que ficou “provado que a demandante, uma mulher negra, foi submetida a tratamento discriminatório e microagressões raciais por parte de seus superiores”. “As testemunhas entrevistadas corroboram as alegações da denunciante, relatando episódios de indiscutível discriminação racial e confirmando o espaço de exclusão a que foi submetida”, disse o juiz. Processo Em primeira instância, o caso foi julgado pela 2ª Vara do Trabalho de Gravataí em dezembro de 2023. A juíza Fernanda Schuch condenou Tesman a pagar à empresa adicional de saúde e licenças não utilizadas, além de R$ 3 mil a título de indenização por danos morais. – Jornada de trabalho. A pena foi aumentada após julgamento em segundo grau pela 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região de Porto Alegre. A relatora, Beatriz Renock, aumentou o pagamento de horas extras ao empregado de R$ 3 mil para R$ 15 mil por danos morais. O voto do juiz foi seguido integralmente pela desembargadora Maria Cristina Shan Ferreira e em parte pelo desembargador Fernando Luiz de Moura Casal, que discordou na análise do cálculo das horas extras de cozinha. Racismo estrutural no mercado de trabalho brasileiro Nota da defesa da empresa: “A Perto SA respeita a Justiça do Trabalho e, por isso, não comenta decisões em processos judiciais em andamento. A empresa rejeita todas as formas de racismo e não rejeita qualquer tratamento discriminatório . A Perto SA possui uma política para todos os seus colaboradores “Fortalece – e continuará aumentando – seu investimento na promoção de ambientes de trabalho seguros, diversificados e livres de assédio e contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade melhor”. Vídeo: Tudo sobre RS

Source link