PEQUIM – O forte apoio estatal e o enorme investimento privado fizeram da indústria solar da China uma potência global, mas enfrenta novos ventos contrários, desde tarifas punitivas no exterior até uma brutal guerra de preços a nível interno.
Autoridades reunidas em Baku, no Azerbaijão, em Novembro, para a cimeira climática COP29 da ONU, esperam chegar a acordo sobre novas metas financeiras para ajudar os países em desenvolvimento a responder às alterações climáticas, incluindo o abandono dos combustíveis fósseis.
Em 2023, os países concordaram em triplicar a capacidade instalada global de energia renovável até 2030.
A China está a instalar quase o dobro da energia solar e eólica que todos os outros países juntos, além de dominar o mercado.
Ela fabrica oito em cada 10 painéis solares e controla 80% de todas as etapas do processo de fabricação.
É também o lar dos 10 maiores fornecedores mundiais de equipamentos de fabricação de painéis solares, e suas exportações relacionadas atingiram um recorde de US$ 49 bilhões (S$ 64 bilhões) em 2023, de acordo com a consultoria de energia Wood Mackenzie.
Esta supremacia não é acidental: o apoio estatal chinês tem sido fundamental, dizem os analistas.
Pequim investiu mais de 50 mil milhões de dólares em nova capacidade de fornecimento de energia solar de 2011 a 2022, de acordo com a Agência Internacional de Energia.
A indústria também beneficiou do acesso a matérias-primas baratas, capital prontamente disponível de bancos estatais e enorme mão-de-obra de engenharia.
“Os produtores chineses estavam à frente de todos os outros em termos de custos”, disse Lauri Myllyvirta, cofundador do Centro de Investigação sobre Energia e Ar Limpo, um grupo de reflexão sobre o clima.
“Isso significa que novos investimentos serão feitos na China, porque é onde o país é mais competitivo”, disse ele à AFP.
Johannes Bernreuter, analista de longa data da indústria solar, disse que o foco gerou uma “curva de aprendizado acentuada… tanto na tecnologia de células solares quanto no know-how de fabricação”.
Isto, por sua vez, criou “um ecossistema industrial eficiente”, disse ele.

















