ROMA/JACARTA – Sem anúncio ou alarde, levantei os olhos do meu assento e lá estava ele, com sua batina branca característica.

O Papa Francisco, chefe da Igreja Católica mundial, estava na frente da cabine do avião papal, onde por um segundo avistou a equipe de 80 jornalistas que o acompanhava em sua 45ª – e mais longa – viagem apostólica ao exterior.

Então veio a deixa. “Boa noite, Santidade. Estamos no início desta longa jornada, que o levará à Ásia e à Oceania… Talvez você queira dizer uma palavra”, disse o porta-voz do Vaticano Matteo Bruni em italiano.

Pegando o microfone, o soberano da Cidade do Vaticano disse: “Olá, olá a todos. Agradeço por terem vindo nesta viagem, obrigado pela companhia. Muito obrigado, e os verei novamente neste voo muito longo.

“Acho que é o mais longo que já fiz.”

“É o mais longo”, afirmou Bruni, sem pestanejar.

Obrigado”, respondeu o Papa, encerrando a conversa de 35 segundos.

Eram 18h08 do dia 2 de setembro, apenas 30 minutos depois do avião fretado que transportava a sua comitiva decolou do Aeroporto de Fiumicino, em Roma.

E assim começou – a viagem mais ambiciosa do Papa até hoje, pelo número de dias que ele passará longe do Vaticano (12), o tempo que ele passará em um avião (45 horas) e o número de paradas que ele fará (cinco), incluindo uma visita a Vanimo, uma cidade no extremo noroeste da Papua-Nova Guiné.

Para a surpresa e alegria dos que estavam a bordo, o pontífice de 87 anos então caminhou pelo corredor para cumprimentar a todos individualmente. Muitos esperavam vê-lo em uma cadeira de rodas durante a maior parte da viagem por causa de problemas bem documentados com seu joelho.

Em vez disso, ele ficou de pé pela meia hora seguinte — embora dando passos lentos e medidos com a ajuda de uma bengala, e tendo seus acompanhantes se abaixando para verificar se não havia nada em seu caminho.

Os jornalistas experientes tinham histórias para o Papa, já que já fazia quase um ano desde a última viagem papal ao exterior. O número deles incluía o ex-correspondente sênior da Reuters no Vaticano, Philip Pullella, que acompanhou três papas em 140 voos papais até agora.

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